Saúde começa pela Boca


domingo, 2 de abril de 2017

Pinos pré- fabricados e núcleo de preenchimento


     Os pinos intrarradiculares são de fundamental importância para:

  1. Prover a retenção do material restaurador
  2. Reforçar a porção coronária do dente, pois permite ligação com o núcleo
  3. Realizar a distribuição mais homogênea das cargas mastigatórias
  4. Os pinos estéticos proporcionam uma reconstrução com maior naturalidade
  5. Necessita-se de avaliação clínica longitudinal.
Indicações dos pinos:

  1. Dentes anteriores
  2. Grande abertura endodôntica
  3. Extensa destruição coronária
  4. Dente que sofre forças horizontais, de Cisalhamento ou compressão intensas
  5. Atuação das cargas nos dentes

Características ideais:

  1. Ser de fácil uso
  2. Preservar dentina radicular
  3. Evitar tensões demasiadas à raiz
  4. Prover união química/mecânica com o material restaurador e/ou de preenchimento
  5. Ser resistente à corrosão
  6. Ser estético
  7. Possuir boa relação custo-benefício

Requisitos:

  1. Quantidade e qualidade do remanescente dental
  2. Anatomia e dimensão da câmara coronária
  3. Tipo de oclusão
  4. Complexidade do planejamento restaurador

Quando devemos utilizar em um pino intra-canal?

  • Dentes anteriores e posteriores tratados endodonticamente, que tiveram parte de suas estruturas de reforço eliminadas e que receberão restaurações indiretas, deve-se pensar na ancoragem intra-canal.

Classificação:

  1. Quanto à confecção: Direta ou indireta
  2. Quanto ao material que constitui o pino: Metálicos ou não metálicos
  3. Quanto à forma de retenção: Ativa ou passiva

PINOS METÁLICOS FUNDIDOS:

a. Características: Tradicionais; Resistentes; Boa adaptação à configuração anatômica dos condutos; Vasta documentação científica
b. Indicações: Onde não exista remanescente coronário; Casos de grande angulação coroa/raiz; Canais excessivamente elípticos ou cônicos
c. Limitações: Maior tempo de trabalho; Alterações cromáticas na margem cervical da raiz e na gengiva; Remoção de maior quantidade de estrutura dental no preparo; Dificuldade de remoção quando necessário; Corrosão.

PINOS FUNDIDOS DE CERÂMICA:
a. Vantagens: Biocompatível; Estético
b. Desvantagens: Difícil remoção quando necessário; Laboratório especializado; Rígido; Alto custo

3. PINOS PRÉ-FABRICADOS:
a. Vantagens: Fácil utilização; Baixo custo; Dispensa moldagem e etapa laboratorial; Preparo mais conservador; Disponível em várias formas, tamanhos e materiais
b. Limitações: Necessidade de estrutura dental remanescente mínima de 2 mm

3.1. PINOS METÁLICOS:
a. Aço, titânio, latão, ouro, entre outros
b. Limitações: Estética; Rigidez

3.2. PINOS PRÉ-FABRICADOS DE CERÂMICA:
a. Composição: Dióxido de zircônio 94,9%; Óxido de ítrio 5,1% - estabilizante
b. Vantagens: Excelente estética; Biocompatibilidade; São altamente resistentes; Ótima radiopacidade; Podem ser empregados de forma direta ou indireta; Não sofrem corrosão; São muito estáveis dimensionalmente; Apresentam união efetiva pino/porcelana para preenchimento
c. Desvantagens: Elevada rigidez; Custo mais elevado que dos outros pinos pré-fabricados; Dificuldade de corte; Dificuldade de remoção do canal quando necessário; Não possuem boas características de adesão às resinas compostas e cimentos resinosos; Necessidade de remanescente coronário de 2mm

3.3. PINOS REFORÇADOS POR FIBRAS:
a. Surgiram mais recentemente no mercado; São pinos de fibra de carbono mais resina epóxica; Eles propõe um complexo mais homogêneo estrutural e mecanicamente, semelhante ao dente
b. Características: Módulo de elasticidade semelhante ao da estrutura dental; Menor transmissão de tensões sobre as paredes radiculares; Evita possível fratura

3.4. PINOS DE FIBRA DE CARBONO:
a. Vantagens: Adesão à estrutura dentária; Módulo de elasticidade próximo ao da dentina resistência à corrosão; Facilidade de remoção do canal quando necessário
b. Desvantagens: Coloração escura interfere na estética; Baixa radiolucidez (Apesar do acréscimo de bário na sua composição)

3.5. PINOS HÍBRIDOS:
a. Constituição: Núcleo de carbono; Recobrimento com fibras brancas de quartzo ou vidro (Melhora das características estéticas)

3.6. PINOS DE FIBRAS DE VIDRO:
a. Vantagens: São brancos e estéticos; São compatíveis com as preparações endodônticas; Possibilita a refração e transmissão das cores internas da sua estrutura sem necessitar de opacificadores (Aspecto natural do dente); Fácil remoção do interior do canal quando necessário; Não necessita de tratamento de superfície com ácido fluorídrico; Módulo de elasticidade semelhante ao do dente natural; Baixo custo
b. Limitações: Necessidade de remanescente coronário de no mínimo 2mm

3.7. PINOS DE QUARTZO TRANSLÚCIDO:
a. Tentativa de passar a luz no seu interior a fim de polimerizar adequadamente os sistemas adesivos e cimentos resinosos.

 Módulo de Elasticidade:
1º - Pino cerâmico (200 Gpa)
2º - Pino metálico (103,4 Gpa)
3º - Núcleo metálico (99,3 Gpa)
4º - Núcleo de cerâmica (69 Gpa)
5º - Pino fibra de vidro (33 Gpa)
6º - Pino fibra de carbono (21 Gpa)

Técnicas de preparo para receber o pino:
1º - Momento, direção e forma de preparo
2º - Desobturação do canal
3º - Preparo do canal: Mecânico/Químico
4º - Cimentação do pino (Condicionamento, aplicação do sistema adesivo, cimento resinoso, adaptação do pino, remoção dos excessos, polimerização)
5º - De 7 a 14 dias após a obturação do canal radicular.

Protocolo clínico:

  1. Avaliação clínica inicial:
  2. Restaurabilidade do dente
  3. Estado periodontal
  4. Checar Oclusão

 Eleição do dente:

  • Raízes múltiplas: Molar Superior (Raiz palatina) e Molar Inferior (Raiz distal)
  • Comprimento raiz/pino
  • Configuração geométrica - Avaliação radiográfica:
  •  Estado endodôntico geral
  • Suporte ósseo
  • Morfologia do conduto
  • Número e forma das raízes
  • Inclinação do dente:
  • Levar em consideração as características anatômicas dos dentes (Angulações vestíbulopalatinas, além das mésio-distais)

Seleção do pino:
§ Comprimento:
· Comprimento igual ao da coroa ou metade da raiz clínica
· Comprimento ótimo de 2/3 da raiz
· Remanescente endodôntico de 4 mm
· Quanto ↑ o comprimento do pino, ↑ sua retenção

§ Formato:
· Cilíndricos (Mais retentivos)
· Cônicos
· ↑ conicidade apical, ↓ retenção

§ Superfície:
· Lisos
· Retenções superficiais – Microscópicas e macroscópicas
· Retenções químicas

§ Diâmetro:
· Não deve ultrapassar 1/3 da largura da raiz
· Deixar no mínimo 1,5 mm de dentina lateralmente à extensão do pino
· Diâmetro igual ou levemente menor que o do canal
· Pinos de grande diâmetro, muita retenção

§ Forma do preparo:

§ Deve ser realizada de acordo com o sistema a ser utilizado
§ Selecionar o pino de acordo com a anatomia do canal
§ Preparo com paredes paralelas acompanhando a forma do pino
§ Preparo do conduto radicular:
· Calcadores dígito-palmares aquecidos
· Pontas diamantadas esféricas
· Pontas de Peeso ou de Largo
· Pontas Rhein aquecidas
· Consiste em proporcionar ao canal a forma do pino que irá receber
· É normalmente realizado com instrumentos rotatórios fornecidos pelos fabricantes dos pinos
· Pode ser realizado com brocas Largo

§ Prova e corte do pino
·      O pino deve ser cortado abaixo do cavo-superficial e cerca de 2mm abaixo da face oclusal, para dar espessura para o núcleo e ainda a coroa cerâmica.
·      Secciona com uma ponta diamantada refrigerada, para não pulverizar as fibras (Derreter) e nem alterar a posição das fibras. - Limpeza do conduto radicular:
·      Uso de soluções redutoras, que ajudam a melhorar a adesão do material, dependendo da composição da matriz epóxi:
·      Ascorbato de sódio
·      EDTA que é neutralizado com soro fisiológico
·      Favorece a cimentação e remove resíduos dentinários que se alojam nas paredes internas.
§Secagem do conduto radicular:
·      Cones de papel absorvente
·      Evitar jatos de ar - Condicionamento com ácido fosfórico no conduto radicular de 15 a 20s
·       Lavagem do canal com água
·      Secagem do conduto radicular: Alguns sistemas permitem que sejam feitos um “desengorduramento” ou um preparo na superfície do pino. De acordo com o fabricante, deve ser aplicado o ácido clorídrico, fosfórico ou fluorídrico. Pois deixa o dente mais poroso e permite melhor embricamento do adesivo. Outros já vêm pré-tratados de fábrica, e é recomendado passar apenas álcool na superfície para retirar a camada de gordura.
·      Cones de papel absorvente  
·      Evitar jatos de ar
·      Aplicação do sistema adesivo:
§ É muito complexa:
· Controle espessura
· Umidade: Há presença de umidade, devido à dentina.
· Polimerização: Fica distante da fonte ativadora, que a energia necessária para polimerizar o sistema adesivo não chega adequadamente. Por isso é recomendado o sistema adesivo dual, e caso não tenha ele, pode usar o “Self-cure” (Activator), em que este permite ser misturado a quase todos os sistemas adesivos, tornando-os de presa dual, ou seja, quimicamente ou fisicamente. Assim, os condutos radiculares que forem muito delgados, profundos ou de anatomia mais complicada, esse produto garante uma boa polimerização.
· Evaporação de solventes, ou seja, volatilizar o veículo que pode ser acetona, água ou álcool.
§ Recomenda-se utilização de silano e sistemas adesivos com reduzida acidez:
· Porque o cimento já é ácido e já foi aplicado o ácido fosfórico, assim, deve procurar aplicar um sistema adesivo de baixa acidez.
§Remoção dos excessos:
·      Utiliza-se um cone de papel absorvente mais delgado e penetra até o extremo.
·      A película dentro do conduto radicular deve ser uniforme, pois o adesivo deve ser uma camada fina, em áreas mais espessas, podem gerar tensões no adesivo fazendo com que ele frature.
§ Aplicação do silano e do sistema adesivo no pino:
·      Alguns sistemas já trazem o pino tratado, mas que a aplicação do sistema adesivo requer um agente de ligação química do pino (À base de fibra) para o adesivo que vai vir incorporado, daí deve-se aplicar o silano, que é um agente de união.
Silano tem função de unir o adesivo com o pino ou com a matriz cerâmica.
É indicado mais especificamente em superfícies cerâmicas.
O silano é aplicado depois do condicionamento ácido, para apenas depois colocar o sistema adesivo.
- Cimentação:
Cuidados relativos com contaminação com água, fotoativação e proporcionalidade.
Temos que selecionar um agente de cimentação ideal:
· À base de cimento resinoso
· Esses cimentos resinosos podem ter pigmento de cor como A3 ou A2, favorecendo a estética.

É ideal que seja um agente de cimentação fotoativado ou dual? DUAL, pois há áreas que não recebem bem a luz.
Manipulação adequada,  
Inserção no conduto radicular com as brocas lentulo.
§ Deve ser proporcional em tamanhos iguais.
§ O momento da espatulação é um momento muito crítico, pois quando se mistura o material, inicia-se a reação e o tempo de trabalho é muito baixo.
- Aplicação do Cimento Resinoso utilizando a broca lentulo:
§ Para espalhar o material o correto é no sentido horário - Inserção do pino:
§ Deve colocar cimento resinoso no conduto radicular e no pino
§ Depois insere o pino para provar e o corta
§ Depois insere o pino cortado para cimenta-lo.
§ Não é recomendado cortar o pino já cimentado porque pode levar estresse ao pino, pois o cimento não está totalmente polimerizado.
- Polimerização:
§ É crítica na porção apical, pois fica distante da luz fotoativadora.
§ É recomendado cimentos resinosos duais ou de polimerização química, sendo os últimos mais seguros para este procedimento, ou seja, os quimicamente ativados são mais interessantes.
§ Não associar sistemas fotopolimerizáveis com químicos, pois não são compatíveis.
§ Nos sistemas fotoativados existe um sistema iniciador-ativador.

Qual o componente da resina composta que é sensível à luz e vai desencadeiar a polimerização? CANFOROQUINONA OBSERVAÇÕES: « Tempo de manipulação: É o tempo que leva entre o encontro das duas pastas e a característica de manipulação ideal para ser inserido na cavidade. Ou seja, é o início da mistura até ele adquirir as características finais da mistura.
« Tempo de trabalho: É o tempo que leva para inserir o determinado material na cavidade até ele iniciar o processo de presa inicial.
O tempo de trabalho, já está incluso no tempo de manipulação? Sim, pois a reação se dá a partir do encontro do material, e esse processo é iniciado no tempo de manipulação, assim o tempo de trabalho envolve sim o tempo de manipulação.
« Tempo de presa: Presa é o encontro dos materiais que compõe o produto, que quando são misturados sofrem reações internas, em que obtém novas características e irão dar novas funções ao produto.
§ Presa inicial: Fase suficiente para que o material inicie a função dele. De 0’ a 4min o Ionômero de Vidro Convencional, por exemplo, adquire características bem brilhosas, depois de 4 min ele entra em uma fase borrachóide. A Resina Composta possui presa inicial em torno de 40s (Tempo utilizado na polimerização).
§ Presa final: Só é finalizado totalmente em torno de 72 horas no caso do Ionômero de Vidro Convencional. Já no caso da Resina Compota é de 24 a 48 horas, dependendo da marca.
GLAZE é usado para fazer uma camada em cima do material, para evitar sorção ou perda de água, não envolvendo o processo de sinérese e embebição e também para proteger fisicamente o material para que não haja influência de umidade e vai continuando lentamente o processo de presa final. 0’ 4 min 8 min

- Confecção do núcleo de preenchimento:
§ Material pode ser pré-fabricado ou confeccionado diretamente com resina composta ou ionômero de vidro (Tipo IV)
1 – PASSOS CLÍNICO (Fibra de Carbono Não metálico e não estético) :
- Radiografia
- Diagnóstico
-Prognóstico
- Seleção do pino:
§ Pino não-metálico
§ Fibras paralelas
§ Serrilhados
- Remoção da guta percha com instrumento aquecido
- Preparo do conduto com utilização de brocas largo
- Após o conduto preparado, prova do pino
- Marcação do pino para realizar o corte - Fazer o corte do pino com discos de desgaste com refrigeração ou pontas diamantadas em alta rotação sob refrigeração para evitar a pulverização da resina epóxi.
 - Faz limpeza do pino com álcool ou ácido fosfórico
§ Aplica um dos dois e seca
- Aplica uma camada de silano por 1 minuto e depois seca Ele é sensível à luz azul. Esse sistema iniciador-ativador vai entrar em estado de excitação tripla e vai produzir inicialmente uma cadeia de reação com a amina terciária e vai liberar os radicais livres, e estes desencadearão a união dos monômeros e polímeros, assim a cadeia polimérica começa a se formar.
§ Silano é um agente de união, bifuncional, pois se liga tanto a cerâmica ou resina epóxi quanto ao monômero do adesivo.
- Aplica uma camada de adesivo
- Irriga com EDTA a 17% e depois irriga com bastante água
- Seca o canal com cones de papel
- Aplica o ácido fosfórico a 37% e depois irriga
- Aplica o primer seguido do sistema adesivo
- Remove o excesso do adesivo com cones de papel
- Aplicação de cimento resinoso químico intra-canal com broca lentulo e assentamento do pino
- Reconstrução da parte coronária com núcleo pré-fabricado (Reforcore) e resina composta híbrida.
- Preparo do núcleo

PASSOS CLÍNICO (PINO METÁLICO):
- Radiografia
- Diagnóstico
- Prognóstico
- Seleção do pino
- Remoção da guta percha com instrumento aquecido
- Preparo do conduto com utilização de brocas largo
- Irrigação com EDTA 17%
- Irrigação com água
- Seca o canal com cones de papel absorvente
- Aplica o ácido fosfórico a 37% e depois irriga com bastante água
- Seca o canal com cones de papel absorvente
- Aplica o primer convencional seguido do sistema adesivo
- Remove o excesso do adesivo com cones de papel
- Preenche com cimento resinoso químico no conduto
- Posiciona o pino (Reforpost) e depois preenche com resina composta
- Faz o preparo para prótese com opacificação do núcleo

PASSOS CLÍNICO (PINO FIBRA DE VIDRO, NÃO METÁLICO E ESTÉTICO, SUPERFÍCIE LISA E PAREDES CÔNICAS):
- Isolamento do campo operatório
- Preparo do conduto radicular
- Remoção da guta percha com instrumento aquecido
- Preparo do conduto com utilização de brocas largo
- Corte e prova do pino
- Condicionamento ácido do conduto radicular
- Condicionamento ácido do pino
- Lavagem com ácido fosfórico no conduto radicular
- Secagem do conduto radicular com papel absorvente
- Aplicação do primer e sistema adesivo no pino, depois fotoativa
- Aplicação do primer e sistema adesivo no conduto radicular
- Cimentação do pino
- Inserção do pino
- Fotoativação do cimento resinoso
Porque deve levar entre 7 a 14 dias após o TE para poder fazer a cimentação do pino? - Pode fazer na mesma sessão, apenas se fizer a limpeza da dentina com EDTA e remover o resto do cimento endodôntico, pois prejudica a adesão.
- Porém, tem alguns cimentos que demoram para tomar a presa final. - Deve observar se tem alguma reação, porque tem casos que tem lesão.
- Restauração concluída

PASSOS CLÍNICO (DENTE POSTERIOR):
- Remoção do material restaurador provisório
- Preparo do conduto radicular
- Prova do pino
- Aplicação do sistema adesivo
- Inserção do cimento resinoso
- Cimentação do pino
- Confecção do núcleo de preenchimento

- Preparo para confecção de restauração indireta

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