Diagnóstico, Plano de tratamento e Planejamento para tratamento da Doença cárie
n
CÁRIE : Doença Infecto- Contagiosa
A
cárie atualmente vem sendo definida como um estado de doença infecto -
contagiosa e não apenas como uma lesão cariosa do órgão dental.
Esta
doença tem sido descrita como sendo de origem multifatorial e usualmente
crônica, e tem como pré - requisitos fundamentais: a microbiota cariogênica: -
os mais comumente encontrados são Streptococcus mutans e lactobacilos; a dieta:
- Rica em carboidratos. E como fatores secundários: a saliva; a exposição ao
flúor; a higienização fisiológica oral; e outros, que aumentam ou diminuem a
resistência de cárie dos dentes, ou seja podem modular a atividade de cárie.
Seu
aparecimento depende da interação de três fatores essenciais: o
hospedeiro: - dentes e saliva; a
microbiota: - existente na região; a dieta consumida.
Com
o surgimento da nítida distinção entre a cárie dentária, a doença infecciosa e
o seu resultado e as cavidades, deixou bem óbvio que a doença estabelece na boca
muito antes do aparecimento dos seus sinais clínicos. As lesões de cárie assim
como, as infecções pulmonares são precedidas em muito tempo, aos achados
clínicos de tosse, expectoração e hemoptise ou a constatação radiográfica das
cavernas pulmonares. Isto implica que é possível diagnosticar e interferir no
processo carioso, antes que as cavidades apareçam, como de resto se faz com
qualquer outra doença infecciosa. (SÉRGIO
WEYNE, 1995).
A
avaliação da doença cárie consiste inicialmente em uma análise do risco
individual e não mais do tratamento mecanizado do dente. Para isso usamos de:
a)
Anamnese, entrevista que coletará:
1. Hábitos
de dieta (consumo frequente e tipo de sacarose);
2. Uso
prévio ou atual de fluoreto;
3. Hábitos
de higiene.
b)
Exame Clínico:
1. Índice
de placa visível;
2. Tipo
de placa;
3. Índice
sanguíneo gengival;
4. Carga
restauração presente;
5. Lesões
de cárie presentes (cavitadas e manchas brancas) considerando a natureza
evolutiva das lesões: ativas ou inativas, considerar a localização das lesões:
se em locais de risco, por exemplo, cicatrícula e fissura ou superfície lisas.);
6. Fluxo
salivar.
c)
Exame Complementares laboratoriais:
1. Nível
de bactérias cariogênica na saliva;
2. Capacidade
tampão da saliva.
Contudo
o risco individual ou a atividade da doença deve ser diagnosticada e
estabelecida previamente ao tratamento restaurador, pela análise dos dados.
Também para avaliação eficaz da lesão propriamente dita é necessário e
fundamental a complementação de exames radiográficos. (BARATIERI et. al., 1995).
No
passado a progressão no desenvolvimento da lesão era rápido e precoce com
cavitação devido ao rápido progresso na dentina com colapso das paredes.
Atualmente este processo é lento, podendo se desenvolver sob o esmalte e mantê-lo
com contorno intacto, ou seja progride de modo não visível, esta lesão recebe o
nome de cárie oculta, somente visível no exame complementar radiográfico. Este
tipo de desenvolvimento, tem sido explicado como resultado do uso tópico do
fluoreto (ECCLES, 1989).
Lesões
de cárie são facilmente diagnosticadas em qualquer superfícies lisas, mas um
diagnóstico preciso de cáries incipientes em face oclusal, é mais difícil,
devido a remineralização superficial, sendo possível que as lesões não detectadas
clinicamente poderão revelar radiograficamente lesões na dentina, portanto, um diagnóstico puramente clínico associado a filosofias mais conservadoras poderão também
permitir que a lesão dentinária progrida livremente por muito tempo sob um
esmalte sadio ou não suspeito em dentes que teriam sido restaurados no passado.
Problema que pode ser solucionado com um bom exame radiográfico (KETLEY et. al., 1993).
Assim,
o uso de radiografias bitewings ajudam no diagnóstico, não somente em lesões
proximais, mas também na detecção de cáries oclusais que já envolvam dentina. (CREANOR, 1990).
A Dentística Restauradora pode ser dividida didaticamente em Tradicional e Moderna. A dentística tradicional se pautava num protocolo de tratamento não individualizado e totalmente mecanizado, se fazia apenas a remoção do tecido cariado seguido de preparo clássico da cavidade com todos seus princípios gerais e restauração do dente. Porém, novas lesões cariosas surgiram e mais estrutura dental era perdida, criando assim, o fracasso do modelo cirúrgico- restaurador. estas condutas cuidam apenas das sequelas e não da doença, desta forma este tipo de tratamento leva na maioria das vezes na mutilação progressiva das estruturas dentais, o que foi chamado de Espiral da Morte pelo autor Hendrik
Meyer-Lueckel em 2015.
Hendrik Meyer-Lueckel, Martin J. Tyas, Michael J. Wicht, Sebastian Paris. Tomada de
Decisão na gestão/ Controle do processo de cárie. 2015.
Já a filosofia atual de promoção de saúde opta por tratar a doença cárie, devolvendo a saúde bucal, restaurando suas sequelas me meio limpo e individualizando a necessidade de tratamento de acordo com as necessidades, controlando primeiro a atividade cariogênica, para posterior tratamento restaurador de acordo com suas indicações e vantagens.
A bordagem Clínica deve ser baseadas em evidências cientificas, pois, as mudanças de conceitos associados ao desenvolvimento tecnológico e cientifico influenciam diretamente os procedimentos clínicos.
Hoje deve-se considerar que tratar a doença cárie é tão ou mais importante que tratar a lesão cariosa, pois só assim com a implantação de medidas que evitem a recorrência de cárie que se pode ter saúde.
Estes tratamento curativos devem estar estreitamente ligados com a prevenção, o que se denomina hoje de odontologia minimamente invasiva. Neste conceito várias pesquisas tem mostrado com sucesso a redução do desgaste das estruturas dentais e além disso a odontologia atual está investindo em pesquisas com célula tronco. Uma pesquisa muito interessante neste contexto é a que um brasileiro faz parte, onde foi realizado experimento em dentes de rato para formação de dentina e este ano segundo os pesquisadores terá inicio o experimento em humanos. Promotion
of natural tooth repair by small molecule GSK3 antagonists. Victor C.M. Neves, Rebecca Babb,
Dhivva Chandrasekaran & Paul T. Sharpe. Scientific
Reports 7, Article number: 39654
(2017)
-doi:10.1038/srep39654.
Sendo assim, como devemos proceder para promover saúde?
Para responder está questão devemos realizar medidas baseados na atividade de cárie de cada paciente, preparando a cavidade bucal para posterior realização do tratamento restaurador ou protético.
Conhecer o paciente, para isto realizar anamnese de forma objetiva com perguntas relevantes quanto ao risco e atividade de cárie, saber a idade do paciente, doenças pré existentes e medicamentos, alterações salivares, exposição ao flúor, dieta deste paciente.
Conhecer a queixa principal e o motivo da consulta e quais as expectativas, meio social, hábitos de vida, atividades profissionais, relações interpessoais, história pregressa, número e tipo e severidade, histórico de dor, hábitos parafuncionais, hábitos de higiene e alimentação.
Drogas que promovem hipossalivação e xerostomia
Para responder está questão devemos realizar medidas baseados na atividade de cárie de cada paciente, preparando a cavidade bucal para posterior realização do tratamento restaurador ou protético.
Conhecer o paciente, para isto realizar anamnese de forma objetiva com perguntas relevantes quanto ao risco e atividade de cárie, saber a idade do paciente, doenças pré existentes e medicamentos, alterações salivares, exposição ao flúor, dieta deste paciente.
Conhecer a queixa principal e o motivo da consulta e quais as expectativas, meio social, hábitos de vida, atividades profissionais, relações interpessoais, história pregressa, número e tipo e severidade, histórico de dor, hábitos parafuncionais, hábitos de higiene e alimentação.
Drogas que promovem hipossalivação e xerostomia